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“Não deixe que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.” 

(Vinícius de Moraes)

 

Meu nome é Alexandre Tiago, sou estudante de Direito, sou torcedor de um time chamado Club de Regatas Vasco da Gama, pacifista, fã de culinária, escritor nas horas vagas e que gosta muito de arte e cultura e suas manifestações culturais nas quais sou um grande admirador e busco através delas expressar o conhecimento e a sabedoria.

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Entrevista com a escritora Fernanda Chazan Briones


O Blog Estante Artística apresenta a vocês a entrevista que o blog fez com a escritora Fernanda Chazan Briones. Segue abaixo essa excelente entrevista.

E: Boa tarde, Fernanda! Fico Feliz de poder realizar com você a primeira entrevista virtual do blog Estante Artística. Sinta-se a vontade. A primeira pergunta que te faço é bem provocativa. Vemos que as pessoas vem sempre se inovando trazendo coisas digitais, novas tecnologias... O que você pensa dessa escolha por pessoas que preferem o livro digital do que feito em papel?

F: Acredito que cada leitor deve usar a ferramenta de leitura que mais lhe agrada. Cada um tem suas preferências. O importante é que sempre mantenham vivo o hábito leitura, seja ao ler livros físicos, ou digitais.

E: Algumas semanas atrás vi pelas redes sociais uma campanha contra livros e autores nacionais, o que você como leitora e escritora pensa a respeito desse assunto tão polêmico?

F: Sempre houve um grande preconceito com os escritores nacionais. Isso, na verdade, é o reflexo do preconceito que se tem com a cultura nacional como um todo. O folclore do país vizinho é sempre melhor que o nosso, e a música em outro idioma é sempre mais atrativa. Besteira, né? Contudo, infelizmente, trata-se de uma besteira muito, mas muito chata. Uma besteira com a qual temos de lidar todos os dias.

E: O que te motivou a leitura? Começou a ler bem cedo? E para você o incentivo a leitura no Brasil é baixo?

F: Comecei a ler cedo. Fui alfabetizada aos cinco anos, e aos sete já tinha devorado todos os livros da coleção do Sítio do Pica-pau Amarelo. Sobre o incentivo à leitura: acredito que isso varia, a depender do caso. Há pais que incentivam seus filhos a lerem desde pequenos e há pais que nem ligam para a leitura. Há escolas que fazem campanhas de leitura, convidam autores para palestras e bate-papos, disponibilizam um bom catálogo nas bibliotecas e sempre o atualizam. Isso tudo acaba influenciando positivamente na formação da criança enquanto ser humano leitor. De fato, há países que leem muito mais do que o Brasil. Na Argentina, a média de leitura por ano é de 18 livros - um número bem alto, se formos comparar com a média brasileira. Talvez, se houvesse mais programas de incentivo à leitura, poderíamos aumentar esse número e reverter o placar a nosso favor.

E: Vi pelo seu site que você tem um livro chamado (Histórias) Terror Para Crianças a sua intenção em relação ao livro é mostrar que os livros de terror devem ter outra interpretação ou seja de uma boa leitura e não de medo? Falo porque existe pessoas que não gostam de terror. No meu caso eu gosto de livros de terror mas não assisto muito filmes de terror porque a forma que a literatura aborda o medo é diferente ou estou blefando?

F: O “Histórias de Terror Para Crianças” tem o objetivo de lidar com o medo na base do humor. A ideia para o livro nasceu quando eu dormia abraçada a um dos meus sobrinhos. No meio da noite, ele acordou atordoado, dizendo que tinha sonhado com zumbis ferozes. Então, eu disse que eram zumbis-dançarinos, totalmente inofensivos, que só queriam uma chance para estrelar uma nova versão de Thriller (clássico interpretado por Michael Jackson). Meu sobrinho gargalhou e então conseguiu dormir tranquilo, sem medo de voltar ao pesadelo do qual tinha saído. Foi quando percebi que o humor, sim, é capaz de tirar o medo de dentro das crianças. E por isso escrevi o “Histórias de Terror Para Crianças”, com vampiros que se alimentam de groselha, bruxas ambientalistas, múmias perdidas no tempo e muito mais.

E: Falando nossos seus livros vi pelas redes sociais que você vai lançar um novo livro “As aventuras de Daniel, o Vampiro que Não Tinha Medo de Dentista”. Poderia nos falar sobre ele?

F: “As Aventuras de Daniel – O Vampiro Que Não Tinha Medo de Dentista” foi escrito em coautoria com a odontóloga Bárbara Cotrin, que atualmente está se especializando em odontopediatria. Daniel, o protagonista, é um dos personagens de “Histórias de Terror Para Crianças”. Em todos os eventos que fiz desde o lançamento do HDTPC, encontrei minileitores que diziam ser fãs do conto “Daniel, o vampiro que não escovava os dentes”. E então pensei “por que não fazer um livro só do vampiro Daniel?!”. O livro é dividido em seis contos fantásticos que se passam no reino de Vampirolândia, além de desenhos para colorir, cruzadinhas, caça-palavras, pôster e muitas outras surpresas. Foi um desafio criar uma história em coautoria, respeitando todas as informações técnicas e científicas passadas pela odontóloga Bárbara. Mas, no fim das contas, acabou sendo um prazer imenso! A pré-venda sairá no site da Young Editorial até semana que vem, e o lançamento deve ser em meio. Fiquem ligados! Haverá brindes exclusivos àqueles que comprarem o livro na pré-venda.

E: Além desses dois você tem “Na Cidade Da Fúria” que está sendo vendido muito. No que se baseou para fazer esse livro que já tem de capa uma foto bem assustadora?

F: “Na Cidade da Fúria” foi escrito enquanto eu ainda morava na Argentina. É um livro que se passa em Buenos Aires, e trata da cultura argentina como pano de fundo – talvez nem tão fundo assim. A história é contada por Rachel, uma adolescente brasileira que viaja à Buenos Aires com sua irmã mais velha. O problema é que, logo no primeiro dia de viagem, a irmã é sequestrada, deixando Rachel sozinha e sem nenhum tostão. Ao longo do livro, Rachel conta com a ajuda de Nahuel, um jovem argentino que tem motivos de sobrar para querer desmascarar a tal quadrilha. E enquanto eles buscam salvar a irmã de Rachel, Buenos Aires é mostrada ao leitor como um guia alternativo. Quem comprar o livro, conhecerá pontos famosíssimos da capital argentina, além de saber mais sobre a história, a gastronomia, a música, a literatura, o cinema, a arquitetura, a migração e os costumes trazidos pela juventude do século XXI. E sobre a capa: eu realmente gostei muito. Ela mostra toda a tensão e o mistério que caracterizam a história, sem deixar de lado a essência do livro: GIRL POWER!

E: Como é sua relação com seus leitores?

F: Não poderia ser melhor! Não há dinheiro que pague o sincero "eu te amo" de uma criança. Quando meus minileitores me enviam vídeos, bilhetinhos, fotos e mimos, meu coração fica todo derretido, e então tenho certeza de que estou no caminho certo.

E: Qual a influência que a literatura infantil tem na sua vida? Falo como leitora e como escritora.

F: A literatura infantil é uma delícia! Costumo comprar livros destinados às crianças. São criativos e muito lúdicos, ao contrário de alguns livros para adultos que se vê por aí. Sempre que viajo, busco comprar um livro infantil que conte a história regional, ou que se espelhe na cultura do lugar. Acho que todos deveriam fazer o mesmo. Ler livros infantis é quase uma terapia para mim.

E: Vi que você morou quatro anos na Argentina. Como foi essa experiência? E em termos literários e artísticos porque tenho a opinião que a cultura deles tão diversificada quanto a nossa no Brasil, é isso mesmo?

F: A cultura argentina é fascinante: desde a literatura, até o cinema, a música, o teatro, as artes plásticas... costumo dizer que Buenos Aires é a capital da arte na América – e de fato é. Estudei literatura, escrita criativa e roteiro, o que me engrandeceu muito enquanto escritora, uma vez que a Argentina seja um polo literário reconhecido internacionalmente.

E: Quando você morou lá você conheceu bem a literatura hispano-americana. Poderia dizer para mim e para quem não conhece esse gênero literário? Qual influência esse gênero literário tem na sua vida?

F: Na verdade, a literatura hispano-americana não é um gênero literário, mas sim um segmento. Por gênero literário conhecemos terror, fantasia, romance, ficção científica, etc. A literatura hispano-americana nada mais é do que a literatura dos países americanos que têm fala hispânica – isto é, desde Monterrey, no México, até Tierra del Fuego, no extremo sul da Argentina. Mas, sim, é claro que este segmento tem uma importância imensa na minha vida.

E: A argentina tem grandes escritores Jorge Luis Borges e Juilo Cortazar são grandes exemplos mas entre a literatura brasileira e a argentina, qual você prefere?

F: É difícil dizer. Afinal, o Brasil é meu país, o país onde nasci, cresci e me desenvolvi enquanto ser humano. Aqui, no Brasil, aprendi a ler, a escrever e a construir toda minha base literária. O interesse pela literatura argentina veio na pré-adolescência, quando li “Cuentos Completos”, de Julio Cortazar. Depois, conheci Victoria Ocampo, Adolfo Bioy Casares e Roberto Arlt. Logo em seguida, descobri a obra do Quino – que acabou inspirando uma tatuagem na minha perna. Hoje em dia, admiro muito a literatura argentina contemporânea, sobretudo os livros escritos por mulheres.

E: Para encerrar duas perguntas... Que dicas você dá para os novos escritores? E para quem quer te conhecer mais e saber sobre seus livros onde poderemos acessar? E desde já um muito obrigado por participar dessa entrevista virtual pelo blog Estante Artística que pode ser acessado pelo site http://estanteart.wix.com/blog e espero que seja a primeira de muitas entrevistas que eu Alexandre possa fazer com você Fernanda.

F: Minha dica é uma só: sente o bumbum na cadeira e só levante depois de ter escrito alguma coisa. No começo, você vai achar seu trabalho um lixo. Depois, com a prática, vai ganhar técnica e confiança. E então, nem mesmo o céu será um limite. – Sobre a segunda pergunta: os interessados podem conhecer mais sobre mim no meu site www.chazanbriones.com , onde também podem comprar meus livros autografados e com desconto. Também tenho um canal recém-nascido no Youtube, o Canal da Tia Fê. Convido todos a assistirem meus vídeos destinados a falar, basicamente, sobre empoderamento infantil, igualdade de gênero na infância e, é claro, latinidades.

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